Monumenta Brasiliae , 2017
MONUMENTA BRASILIAE I, 2017
Exemplar nº 2
26 x 26 cm fechado / 26 x 156 cm aberto.
Livro de artista, em três cores, com impressão através de três matrizes esféricas de argila (sem queima), em papel Hahnemuhle de 300 g. Encadernação tipo sanfona.
Foram realizados três exemplares únicos.
MONUMENTA BRASILIAE II, 2017
40 x 27, 5 cm fechado / 40 x 158 cm aberto
Livro de artista, com impressão, em três cores, através de três matrizes esféricas de argila e fotografia digital, em papel Hahnemuhle de 300 g. Encadernação tipo sanfona. Exemplar único.
Utilizei fotografias que fiz de pintura rupestre do sítio arqueológico “Pedra pintada”, situado próximo a cidade de Barão de Cocais, Minas Gerais.
MONUMENTA BRASILIAE III, 2017
40 x 40 cm fechado / 80 x 80 cm aberto / 56 x 56 x 40 cm exposto
Livro de artista, com impressão em três cores, realizada com três matrizes esféricas de argila, em papel Hahnemuhle de 300 g. Encadernação tipo dragão.
MONUMENTA BRASILIAE IV, 2017
27 x 27 cm fechado / 54 x 54 cm aberto / 38 x 76 x 38 cm exposto
Livro de artista, com impressão em três cores, realizada com três matrizes esféricas de argila, carimbo e tipos gráficos, em papel Hahnemuhle de 300 g. Encadernação tipo dragão.
Exemplar único.
MONUMENTA BRASILIAE V, 2019
27 x 27 cm fechado / 54 x 54 cm aberto / 38 x 76 x 38 cm exposto
Livro de artista, com impressão em três cores, realizada com três matrizes esféricas de argila, carimbo e tipos gráficos, em papel Hahnemuhle preto de 300 g. Encadernação tipo dragão.
Exemplar único.
Desde 2016, venho aprofundando minhas pesquisas sobre a gravura com matriz esféricas, e o suporte que se revela mais adequado no momento presente é o livro de artista. Realizei a série MONUMENTA BRASILIAE, uma apropriação do título da obra de Serafim Leite, que publicou (1956-1960) quatro volumes, com documentos de valor histórico, relativos aos vinte primeiros anos de atividades dos jesuítas, no Brasil.
A escolha deste título se deu pela necessidade de exprimir a minha ligação com o meu país, forma que encontrei de me relacionar com as minhas origens e com um passado ancestral, de representar o inconsciente coletivo. Mas, incorporei também as minhas memórias da infância, principalmente ao utilizar os carimbos que utilizava para marcar os locais por onde eu passava e alguns tipos móveis que pertenceram a tipografia de meu pai.
A materialização desta ideia resultou nos livros com sobreposições de impressões em cores que vão do preto, passando pelo marrom, sépia, sanguínea, ocre, branco e ouro. São cores encontradas nas pinturas rupestres e nas pinturas corporais, que estão entranhadas na memória coletiva, e se referem à terra em seus múltiplos tons. O dourado, se liga à riqueza ou à areia das praias.
A impressão, dos dois primeiros livros, em sentido linear, se aproxima da narrativa discursiva. Já os outros exemplares, com impressão em uma circunvolução espiral se aproximam das primitivas formas de expressão da consciência, o círculo “como símbolo do self: ele expressa a totalidade da psique em todos os aspectos, incluindo o relacionamento entre homem e a natureza” [Aniela Jaffé – O simbolismo nas artes plásticas, em O homem e seus símbolos].
Esta impressão circular se adequou como representação das memórias.
Os livros encadernados no formato denominado “dragão” quando expostos se transformaram em um livro-objeto permitindo ao público uma visão tridimensional, caleidoscópica, que se “movimenta” conforme nos aproximamos ou distanciamos.
Finalmente, acredito que essa pesquisa traz questões de interesse para o campo artístico, principalmente para gravura contemporânea hoje.